2 de set. de 2009

As rosas que deram o que falar


Ontem a N. me mandou um link 'ótemo' sobre um dos mais famosos cartazes americanos produzidos durante a II Guerra Mundial: Rosie, the Riverter (Rosie, a rebitateira)

O pôster, de 1943, também muito conhecido por sua frase de efeito 'We can do it!' (Nós podemos!) foi criado por J. Howard Miller que tentou, por meio do cartaz, demonstrar o espírito batalhador e encorajador das mulheres da época - que para os que não sabem, foram elas as responsáveis pela produção industrial enquanto os rapazes estavam em campo de batalha.

O que eu acho que vocês realmente não sabem é que a Rosie do Miller é, na realidade, Geraldine Doyle e que a Rosie, de fato, é do Norman Rockwell, mas o nome dela não é Rosie e sim Mary e que a verdadeira Rosie, de quem tanto falamos, virou um ícone ‘pop’ após ter participado de um pequeno filme promocional.

Confundiu? Deixa explicar.

Rosie Will Monroe, a primeira e tão admirada Rosie, era uma jovem viúva com duas filhas que fazia parte do corpo de construção de bombardeiros na Ford´s Willow Run Aircraft Factory, em Michigan/USA.

Certo dia, a caminho do trabalho, a bonita foi observada e convidada pelo astro Hollywoodiano, Walter Pidgeon, a fazer parte de um filme promocional pro-guerra que, pouco depois, foi exibido nos cinemas, deixando a Rosie exposta e, lógico, famosa.


Resumindo: a Rosie virou um ícone, inspirou as mulheres e influenciou os artistas a criarem suas próprias Rosie, entre eles: o Miller e o Rockwell.

Para criar a 'Rosie, the Riveter', que logo saiu na capa da Saturday Evening´s Post, Rockwell convidou Mary Doyle Keefe, uma telefonista local que sua mulher conhecia, para posar por 5$ dólares o dia.

Rockwell conseguiu em 02 dias no total, transformar uma leve e curvilínea telefonista em uma forte e corpulenta rebitareira - uma figura sagrada para o desenvolvimento econômico pro-guerra nos Estados Unidos (reparem na auréola em sua cabeça)

E as fontes garantem: não tardou muito para que a Rosie do Rockwell também se tornasse popular; tão popular que a obra original foi leiloada em Maio de 2002 pela Sotheby´s por $4,959,500,00 dólares.

A Rosie do J. Howard Miller também surgiu de forma inusitada.Trabalhando para o Westinghouse War Production Co-Ordinating Committee em 1942, Miller teve acesso aos arquivos das campanhas e, entre eles, estava a foto da pequena patriota Geraldine Doyle (ela tinha 17 anos na época).

Não se conhece o autor da foto ou seu paradeiro, mas, o que se sabe é que esta foi tirada enquanto a Geraldine estava trabalhando em uma fábrica em Montana/USA.

E o que Miller fez? Pegou a foto, a reinterpretou e bom, o resultado nós já sabemos: We can do it! (e não Rosie, The Riveter como tantos confundem)

O curioso é que a Geraldine não fazia idéia de que tinha virado uma 'pop girl' até ver a obra em uma revista daquela época, em 1984!

Em 1992, o U.S. Postal Service produziu uma série com as artes da II Guerra Mundial e adivinha quem estava lá? Claro, a Rosie, nossa Rosie.

Em Janeiro deste ano faleceu a, até então, mais velha Rosie ainda viva na história, Shirley Karp. Shirley recebeu $6 dólares para posar e duas de suas fotos chegaram a fazer sucesso. Ela foi uma Rosie de 1943 a 1945.

Hoje em dia temos outros e vários tipos de guerra; acredito que ser uma Rosie e lutar por boas causas seria uma ótima pedida, não acham?

*aqui tem a dica de fotos originais, que você acha aqui.


beijos e pé na estrada

Nenhum comentário: